28 janeiro 2016

No dito mundo tradicional da cidade de Maputo

Se por um lado não existem já verdadeiramente nem tradição nem modernidade, por outro vai-se àquela para tradicionalizar esta e a esta para modernizar aquela consoante os momentos, os processos e as cristas das tensões sociais. O presente é encarado com os olhos do passado, o passado com os olhos do presente. Oscila-se, como um pêndulo, à procura da vertigem do futuro ao mesmo tempo que se faz marcha-atrás à busca das âncoras de todos os dias, subvertem-se hábitos, acomodam-se subversões. Este é, afinal, um mundo misto, polissémico, do entre-dois, transfronteiriço, lábil, onde em lugar de estados há transições, onde não se é nunca mas se está a ser constantemente, ele é, finalmente, um mundo anfibológico.

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