29 janeiro 2014

Negociações e eleições: Joseph Hanlon comenta

Um comentário de Joseph Hanlon a propósito das negociações governo/Renamo e das eleições, publicado no Mozambique 239 com data de ontem: "As discussões têm tido um impasse devido à rigidez dos dois líderes. São necessários mediadores ou observadores que tenham a confiança dos líderes - alguém que possa dizer a Afonso Dhlakama que ele não pode ter tudo o que pede e alguém que possa dizer a Armando Guebuza que ele deve dar alguma coisa. A preocupação real da Renamo é com dinheiro e status - com uma parte dos recursos que estão sendo usados ​​cada vez mais ostensivamente pela elite da Frelimo. Qualquer solução envolverá dinheiro e empregos para a Renamo. Mas a Renamo sempre disse que antes que isso possa ser discutido, deve haver um acordo para lhe dar representação política a todos os níveis do processo eleitoral. Isso será muito mais difícil de recusar após as eleições locais. O Conselho Constitucional reconheceu que os membros da Frelimo na administração eleitoral roubaram a eleição em Gurué, o mesmo aconteceu em Marromeu. E havia abertamente ações políticas pró-Frelimo por parte de funcionários eleitorais na Beira, em Angoche e em outros lugares. Agora será muito mais difícil refutar o argumento da Renamo de que ela deve ter representação política equivalente dentro da máquina eleitoral." (tradução minha, CS)
Comentário às 07:50: podemos não estar de acordo com Hanlon, mas acredito que saberemos reconhecer que o seu comentário é uma boa vacina contra os as declarações majestosas e nefelibatas que, aqui e acolá, dos textos canónicos aos textos fura-vidas digitais, passam a mensagem de que a paz se obtém com a paz, em processos estrangeiros ao controlo dos recursos de poder e prestígio.

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Tintim por tintim, o Hanlon disse tudo, o resto é paisagem.

ricardo disse...

E a (re)construcao do capitalismo num pais onde nunca houve capitalistas. Naturalmente, como sempre se fez, a custa do Estado...

Nao me chamo Hanlon, mas nunca vi as coisas de maneira diferente.