25 março 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (21)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Vigésimo primeiro número da série. Mantenho-me no sexto número do sumário proposto aqui, a saber: 6. Tipo de crime cometido. Escrevi no número anterior estarmos confrontados com a seguinte pergunta: que tipo de crime foi cometido? Têm surgido múltiplas respostas, a mais corrente parece ser a que remete para a simples "brutalidade policial", brutalidade da "polícia" ou "de alguns polícias". A polícia surge como que dependendo dela mesma, como que desinstitucionalizada. Ora, a polícia é um dos aparelhos do Estado. Assim, estamos diante de um crime estatal, cometido pelo Estado sul-africano através de um dos ramos da sua polícia. Por isso o governo sul-africano apresentou desculpas oficiais ao nosso país.
Com a vossa permissão prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Adenda 4 às 00:51 de 22/03/2013: um trabalho no Sowetan (obrigado ao FL pelo envio da referência), com o título abaixo:

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Ora aqui está, justamente.