29 julho 2012

A hipótese do duplo poder (14)

Décimo quarto número da série, baseada num trabalho do jornal "O País", versão digital, conferível aqui. Termino o ponto 2 do sumário proposto aqui.
2. A especificidade moçambicana. Coloquei como hipótese no último número a presidência à Jano (o duplo poder referido nesta série aqui), com duas cabeças, uma a nível partidário, outra a nível estatal. Estrutura de poder que não nasce de um conflito político, mas da sua prevenção; que não visa a desconcentração, mas a concentração de poder. Na verdade, esta presidência à Jano pode atingir dois objectivos: por um lado, rejuvenescer a presidência estatal, antepondo-a aos adversários fortes, jovens e inteligentes de partidos em ascensão; por outro, mantê-la sob controlo da malha do partido e, em particular, das determinações permanentes de um veterano da saga da luta de libertação. Portanto, um poder fundador gerindo e controlando o poder sucessor num quadro hierárquico de grande visibilidade e advertência. 
(continua)

2 comentários:

nachingweya disse...

a mudança na contuinidade ou continuidade na mudança pode apenas ser uma maneira complexa de explicar a estagnação. A desoxigenação social.

Salvador Langa disse...

Citando - "um poder fundador gerindo e controlando o poder sucessor num quadro hierárquico de grande visibilidade e advertência".