29 setembro 2006

La Habana

Habana, Havana. Açúcar. Centenas de estudantes, batas brancas. Médicos, enfermeiros, chevrolets e fords dos anos 50. As palavras saem rudes e altas e agridem no trânsito quando uma transgressão surge às cavalitas de outras, que muitas são. Gente de múltiplas origens, cubanizadas, cubanas, mestiçadas. Nesta Cuba para onde vieram escravos de Moçambique, com os nomes da altura, os macuás, os mozambiques*. As calles, dança-se, eles com ar gingão, músculos à mostra, a garrafa de vodka perto. A fala é alegre, chistosa, calórica. Povo generoso. E corajoso. O mar é belo, sinto-me em Copacabana, mas faço questão de inventar uma diagonal directa para Bazaruto. Remoçambicanizo-me cubanizando-me.
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* Ortiz, Fernando, Los negros escravos. Habana: Editorial de Ciencias Sociales, 1987, pp. 54, 74.
Comprei esse livro em Habana.

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